- Meu médico endocrinologista me prescreveu insulina… E agora?
Um medo muito comum entre os pacientes diabéticos é o de precisar usar insulina, muitos até se recusam a utilizar quando é prescrito! Muita calma nessa hora, se o seu médico indicou o uso da insulina, então você precisa dela e se recusar a utilizá-la pode ser muito perigoso.
A primeira coisa que você precisa saber é que dependendo do tipo de diabetes o uso da insulina pode ser transitório e, caso não seja, também não há mistério, aprendendo a utilizar e fazendo o tratamento e o acompanhamento adequados se vive muito bem com a insulina.
Assim sendo, busco responder às perguntas mais comuns que meus pacientes fazem quando a prescrição de insulina se torna necessária.
- Em qual horário devo aplicar a insulina?
Existem diversos tipos de insulinas, cujas ações variam de acordo com suas especificações. Neste sentido, o momento em que elas devem ser aplicadas varia de acordo com as especificidades de cada tipo de insulina. Entre esses, existem insulinas de ação rápida, de ação ultrarrápida, de ação intermediária, de ação longa e de ação ultralonga.
A insulina de ação rápida, chamada Regular, deve ser aplicada 30 minutos antes das refeições e as de ação ultrarrápidas – Lispro, Aspart, Glulisina – cerca de 15 minutos ou imediatamente antes das refeições. Elas agem rapidamente e suprem as necessidades de insulina do nosso corpo decorrente da ingestão dos alimentos.
A insulina de ação intermediária (NPH) tem pico de ação entre 6 a 8 horas e age na redução do açúcar do sangue nos períodos entre as refeições, podendo ser aplicada antes do café da manhã, antes do almoço ou antes de deitar, conforme orientação médica.
As insulinas de ação longa – Glargina e Detemir – não fazem pico ou tem um pico discreto, tendo ação de até 24 horas e podendo ser aplicadas 1 ou 2 vezes ao dia, sem relação com a alimentação, mas sempre no mesmo horário.
Por fim, a insulina de ação ultralonga – Degludeca – não tem pico de ação e tem duração de até 42 horas, sendo aplicada 1 vez ao dia com flexibilidade de horário.
- Mas posso misturar as insulinas?
Quem faz uso de insulina de ação intermadiária, NPH, pode combiná-la com insulinas de ação rápida ou de ação ultrarrápidas na mesma seringa, desde que a aspire sempre por último para não contaminar nem perder o efeito de ação destas últimas. Dessa forma, é possível realizar uma aplicação única antes do café da manhã e antes do almoço.
- Certo, e onde devo aplicar a insulina?
As insulinas devem ser aplicadas sempre no subcutâneo, após higienização da pele. Deve-se realizar uma prega de tecido subcutâneo e, então, fazer a injeção de insulina.
A insulina pode ser aplicada no abdome, exceto ao redor do umbigo, nos braços, nas coxas e nas nádegas. É recomendável se fazer rodízio entre os locais de aplicação, evitando aplicar sempre na mesma região, para evitar prejuízo na absorção de insulina.
- E como devo armazenar minha insulina?
Todas as insulinas devem ser mantidas refrigeradas, sem congelar, enquanto estiverem sem uso. É possível manter a insulina que está sendo utilizada fora da refrigeração, contanto que não fique exposta a altas temperaturas.
É importante ressaltar que a validade da insulina, após aberta, é de 30 dias. Após este período a insulina deve ser descartada.
- Monitoramento também é importante, sabia?
Muito bem, agora você já conhece os tipos de insulina disponíveis, como armazenar e como aplicar. Mas precisa saber agora que o monitoramento é muito importante para seu médico endocrinologista saber como está o tratamento e se as doses de insulina estão adequadas para você.
Esse monitoramento deve ser realizado com exames de sangue laboratoriais regulares e glicemias capilares, conhecidas como dextro ou como ponta de dedo, antes das principais refeições e 2 horas após as mesmas.
Não é necessário que esse controle rigoroso seja feito todos os dias, mas seu médico endocrinologista precisará de algumas dessas medidas para melhor definir seu tratamento, então não esqueça de fazê-las e de levá-las às suas consultas médicas.
- Mas isso não é tudo, você sabe identificar os sintomas da hipoglicemia e como agir sobre ela?
Outro cuidado importante quando se inicia o uso da insulina é saber os sintomas de hipoglicemia, ou seja, do baixo nível de açúcar no sangue, e como corrigir essa alteração.
A hipoglicemia pode se manifestar com ansiedade, irritação, tremor, palpitação, suor intenso, fome, formigamentos, sonolência, até quadros mais graves com rebaixamento do nível de consciência e convulsão.
Ao iniciar com qualquer um desses sintomas se deve medir o dextro. No caso de o valor ser igual ou menor a 70mg/dl, se confirma a hipoglicemia. Sendo assim, a correção deve ser feita com apenas 15g de carboidrato de absorção rápida, por exemplo, um copo de suco de laranja ou de refrigerante normal ou uma colher de sopa de açúcar em um copo de água ou 3 balas.
Evite comer chocolates, bolachas e bolos neste momento, pois a absorção desses açúcares é mais lenta, podendo demorar para corrigir a hipoglicemia, além de poder levar a hiperglicemia algumas horas após.
Lembrar de medir o dextro novamente 15 minutos após a ingestão do carboidrato de absorção rápida para verificar se houve melhora. Em caso contrário, contate seu médico endocrinologista.
Ainda tem dúvidas?
Consulte um médico endocrinologista de sua confiança.
Lembramos que o diagnóstico e o tratamento devem ser realizados sempre com a assistência de um profissional especializado e as informações aqui contidas não devem ser utilizadas para autodiagnostico ou autotratamento.
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