O iodo é um micronutriente essencial na produção dos hormônios tireoidianos. Adquirido através da dieta, é a partir deste sal que a tireoide produz os hormônios T3 e T4. Recomenda-se que a ingestão de iodo seja em torno de 90-120mcg/dia em crianças, 150 mcg/dia em adultos, com aumento durante a gestação (200 mcg/dia) devido à maior demanda corporal nesta situação. Alguns alimentos ricos em iodo são os peixes de água salgada, frutos do mar, algas marinhas, leite e derivados.
A deficiência de iodo é comum em regiões montanhosas e previamente glaciais, e pode levar ao hipotireoidismo e ao bócio endêmico (aumento de volume da tireoide), além de complicações graves em gestantes. Para prevenir essa deficiência, o sal de cozinha comum no Brasil é suplementado com iodeto de sódio, o que vem mantendo a situação do iodo em crianças de todo o Brasil ‘mais que adequada’, conforme dados coletados entre 2008 e 2014 em 477 municípios pelo país.
Devemos também ter cuidado com o excesso de iodo ingerido, pois pode levar ao bloqueio da produção hormonal da tireoide como mecanismo regulatório, bem como aumentar o risco de doença autoimune da tireoide (Tireoidite de Hashimoto) e de câncer da tireoide.
Nos últimos anos vem crescendo um movimento, principalmente nas redes sociais, que advoga o uso de lugol (uma solução concentrada de iodeto de potássio) como suplemento diário. No entanto, além de não apresentar comprovação científica que demonstre sua ação no tratamento de qualquer patologia, o uso do lugol pode ser prejudicial à saúde, visto que sua concentração (6mg/gota) é muito maior que a dose diária recomendada de iodo (150-250mcg/dia).
Fontes: www.sbemsp.org.br
Melmed, Sholmo et. al. Williams Textbook of Endocrinology, 13ª ed., Philadelphia: Elsevier, 2016.
Vilar, Lucio. Endocrinologia clínica. 6ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016
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